Colaboração: Claudevan Melo (presenteado a José Lessa) – faz parte do acervo pessoal, Conversão para mp3 e Texto José Lessa.
Em primeiro lugar, quero agradecer ao amigo Claudevan Melo, alagoano de Rio Largo, por este precioso presente, pois para um colecionador não há algo tão precioso quanto o 1 Disco da carreira de seu artista favorito.
Gerson Filho, alagoano de Penedo, aos 10 anos de idade, deixou a Fazenda Mundeis no Zona Rural e foi para casa de sua Tia Etelvina para estudar. Quando Gerson ia para a Escola ouviu uma sanfona e ao retornar da Escola foi até a casa do mesmo e pediu para tocar com tal sanfoneiro de 8 Baixos.
Possivelmente por ter abandonado a Escola aos 12 anos, seu pai o trouxe de volta para a Fazenda Mundeis. Neste mesmo ano Zé Moreno, certa feita ao chegar em casa encontrou Gerson tocando, pois quando o Zé saia de casa ele pegava o instrumento as escondidas.
Zé Moreno ficou surpreso com a desenvoltura de Gerson e fez de conta que não tinha visto o ocorrido. Neste mesmo ano, no período junino, Zé Moreno pegou mais de um contrato para o mesmo dia e horário e não teve dúvidas, como tinha mais de um pé de Bode, mandou o menino para um de seus compromissos.
A partir desta sua estreia em público seu nome percorreu a região e todos queria ver tal menino. Neste mesmo ano, com as tocadas que realizou, comprou sua primeira Sanfona de 8 Baixos. Foi aprendendo a tocar sozinho tal instrumento que o menino observador aprendeu a dominar este instrumento tão difícil de tocar e que merecidamente veio a receber o título de Rei dos 8 Baixos.
Gerson partiu para o Rio de Janeiro, viajando em carroceria de caminhão, porão de navio e até a pés como o mesmo relata em entrevista concedida a José Batista, pesquisador pernambucano e postada em 3 Volumes em www.forroalagoano.com .
Ao chegar ao Rio de Janeiro, ouvindo os programas de Rádio, resolveu compra novamente uma sanfona e participou dos concursos de Rádio. Gerson foi contratado pela Rádio Guanabara, mas logo ficou aborrecido pois só o colocavam para tonar no final do programa e decidiu e para Minas Gerais.
Ao voltar ao Rio de Janeiro, certa vez em um ponto de ônibus, começou a reclamar com dois outros passageiros. Por coincidência eram dois artista já famosos a época, tratavas-se de Venâncio e Corumba, que o reconheceram e se identificaram como seus fãs . Gerson retrucou e o perguntou porque? Venâncio lhe respondeu dizendo, você não é o Gerson da Rádio Guanabara e ele o respondeu que sim,
Foi a partir daquele encontro casual que a vida de Gerson começou a mudar, Venâncio e Corumba de imediato o convidaram para fazer o acompanhamento dos mesmos em seus shows.
Neste mesmo ano der 1953, Venâncio e Corumba o levaram a Gravadora Todamerica. Foi com o apoio deste dois geniais artista brasileiro que Gerson Filho gravou o presente 78 RPM que passou a ser um marco na História do Forró Pé de Serra.
Gerson foi o percursor da Sanfona de Oito Baixos na História Fonográfica, sendo também o primeiro a compor e gravar uma quadrilha “Quadrilha na Cidade” além de ter gravado um baião em tal instrumento com composição “Catingueira do Sertão” um homenagem a Catingueira vegetação do sertão nordestino e considerada afrodisíaca.
Gerson Filho em 1969 retornou ao nordeste se fixou em Aracaju, cidade que os acolheram o casal. Clemilda que ainda hoje mora em Aracaju e apresenta o programa “Forro no Asfalto” criado por Gerson. Vale ressaltar o Papel de Josa o Vaqueiro do Sertão na fixação do Rei dos Oito Baixos em Aracaju.
Gerson Filho – 79 RPM
TODAMERICA – 1953
01. Quadrilha na Cidade (Gerson Filho)
02. Catingueira do Sertão (Gerson Filho)
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