Colaboração: Claudevan Melo. Memoria Musical Alagoana – facebook – Acervo sobre os, compositores, cantores, maestros e atores alagoano do período de 1920 a 1970.
Acervo discográfico 1ª parte sobre o Maestro Fon Fon (Otaviano Romeiro Monteiro) alagoano de Santa Luzia do Norte AL, nascido aos 31 de janeiro de 1908 e faleceu em 10 de agosto de 1951 em Atenas Gr. Iniciou seu gosto musical quando menino acompanhando as Zabumbas (banda regional folclórica) de sua cidade numa época de muita relevância nas cercanias da capital. Foi estudar em Recife no Colégio Batista, depois resolve vir para São Paulo, sem contudo ter a carteira de reservista não consegue trabalho. Ingressa na Policia no intuito de entrar para a Banda Militar, mas como tinha dificuldade em ler partituras não pôde permanecer. Volta a Alagoas e enquanto trabalha estuda música. Em 1927 veio para o Rio de Janeiro e desta vez como músico entra no 2º Regimento de Infantaria e com o Contra- Mestre Garrafinha aperfeiçoou seus conhecimentos musicais, e o clarinetista Dedé da Banda lhe pôs o apelido de Fon Fon por que para ele o som emitido pelo saxsoprano de Otaviano emitia um som em desalinho com os demais instrumentos. Em 1930 deixou o Exército e atuou em alguns regionais, foi para Buenos Aires onde permaneceu por um ano. Volta e entra na famosa orquestra Romeu Silva. Em 1939 cria sua Orchestra Fon Fon bem ao estilo norte americano (Big jazz band) como as de Beny Goodman, Tommy Dorsey e Artie Shaw pelos naipes de sopro característicos de Música para salão. Em 1941 contratado pela Rádio Slendid de Buenos Aires permanece mais um ano. Volta ao Brasil já consagrado um “Band Leader” e de 1942 a 1948 grava acompanhando grandes cantores(as) mais de 200 fonogramas fora as gravações sob sua regência deste acervo 1º unicamente gravado por Fon Fon, o que lhe confere o título de Maestro Arranjador e em 1946 grava de sua autoria musical com Letra de Mario Rossi o choro “Murmurando” cantado por Odete Amaral e depois numa outra gravação solo do próprio maestro, o que o identificaria por toda vida. No ano de 1947 empreende uma turnê por toda Europa onde grava seu único LP de 10 pol. pela grav. London, até então só havia no Brasil os discos de 78 rpm, em Paris se apresentou no “Club Dés Champs Elysées” segue até o ano de 1951 ao falecer durante uma apresentação de sua orquestra em Atenas, de Infarto.
Fatos importantes relacionados ao maestro:
Gravou o choro “Claudio” ao saxsoprano pela Columbia em 1936-solo-Otaviano
No Cassino Copacabana esteve no Musical “Cabaré Assirio” 1940
A estreia da orquestra Fon Fon em disco se deu em setembro de 1938 ao acompanhar o cantor Silvio Caldas nos Sambas “Pra que Mentir” e “Cessa Tudo”.
Certa vez a orquestra do afamado maestro Gaó se apresentava no Tijuca Tênis Club e no intervalo outra orquestra destinada a revezar a sua era a do Fon Fon, e o Elpidio no piano, Pernambuco no trompete, Quincas no Sax ” Fizeram a plateia delirar ao ponto do maestro Gaó ir ao encontro de Fon Fon e dizer-lhe em alto o que vi foi uma máquina de fazer música dançante” (extraído do livro “Musicas nas Veias” de Zuza Homem de Mello pag. 99).
O acervo discográfico do maestro Fon Fon será exposto em duas fazes esta 1ª e uma outra só com os acompanhamentos de cantores, com duas orquestras a sua e a da Odeon sob sua batuta, foram mais de 200 gravações o que confere um elevado nº de fonogramas o que contradiz muitas biografias quando cita que o maestro gravou pouco.
1 comentário em “Maestro Fon Fon – Patrimônio da Cultura Alagoano que Merece Respeitoooooo.”
Caro Lessa, se você tiver a discografia do Maestro Fon Fon que possa disponibilizar para download seria muito bem-vinda.
Abraço fraterno
Lauro
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