Luiz Câmara Cascudo

Forrobodó. Divertimento, pagodeiro, festança. “Após a tal sessão houve um grande forrobodó”. (O Alfinete, n.º 13 de 1890). “Em honra ao sexto aniversário d’A Pimenta houve um espalhafatoso forrobodó” (A Pimento, n.º 373, de 1905). Forrobodó ou Forrobodança é um baile mais aristocrático que o Choro do Rio de Janeiro, obrigado a violão, sanfona, reco-reco e aguardente. Nele tomam parte indivíduos de baixa esfera social, a ralé… A sociedade que toma parte no nosso forrobodó ou Forrobodança é mesclada; há de tudo. Várias vezes verificam-se turras ou banzés, sem que haja morte ou ferimentos. Fica sempre tudo muito camarada, muito bem, obrigado” (A  Lanceta, n.º 121, de 1913). Alberto Bessa consigna o vocábulo como brasileiro, com as expressões de baile ordinário, sem etiqueta; e Beaurepaire Rohan, como privativamente do Rio de Janeiro, com as de baile, sarau chinfrim. O termo tem curso no Ceará, para designar os bailes da canalha, como escreve Rodrigues de Carvalho, e entre nos, porém, desde muito, e antes mesmo do aparecimento do livro de Rohan, em 1889, como se vê destes trechos: “Um arremedo de folhetim cheirando a forrobodó.” (América Ilustmda, n.° 25, de 1882). “A0 ator Guilherme, na noite do seu forrobodó.” (O Mefistéfeles, n.° 15, de 1833). O termo, portanto, quer originário do Rio de Janeiro quer não, já. tem entre nos os seus cajus (Pereira da Costa. Vocabulário Pernambucano, 349-350). Usa-se em Natal, na imprensa anterior a 1930, como sinônimo de baile popular, pagode, samba movimentado, entre o povo. Carlos Betencourt e Luís Peixoto escreveram uma revista teatral, “Forrobod6,” que foi muito representada e aplaudida por todo o Brasil (1917-19).


 

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