Ao deixar o Rio de Janeiro, em 1969, e ingressar na Gravadora Continental, foi uma oportunidade que Gerson Filho teve para dar sequência a capacidade inovadora que apresentou ao longo de sua carreira quando gravou, pela primeira vez no Brasil, com o velho pé de bode, sendo pioneiro neste instrumento, além de neste mesmo ano ter gravado “Quadrilha na Cidade”, a primeira composição do gênero no país.
Ao retornar ao nordeste, fixa-se em Aracaju, dando inicio ao Programa Forro no Asfalto, que ficou no ar por mais de 40 anos, após sua morte sob o comando de Clemilda e Meloso, Velho companheiro de andanças nos circos e do interior do nordeste ao lado de Gerson e sua caravana, na qual Clemilda, Edgar dos 8 Baixos, Josa o Vaqueiro do Sertão e Maria Feliciana, (a mulher mais alta do mundo, altura 2.45), eram presenças constante.
Em 1971. Gerson Filho deu inicio com o LP Oito Baixos Brasileiros a gravação de seu nome na história da discografia brasileira com o lançamento desta coleção intitulada de 8 Baixos Brasileiros que ora estamos publicando o Vol. 1 da série e que chegou ao vol. 20. É oportuno ressaltar que o artista lançava um LP ao ano o que já enseja sua capacidade de venda ou melhor de um público, contudo Gerson Filho sempre laçava um LP fora da coleção ou lançando mais de um Vol. Por exemplo, no ano de 1973 lançou os vol. 3, 4 e 5, e o presente LP teve novas edições em 1972 e 1975. Exceto “Feriado no sertão” composição de J Luna, compositor baiano que dispensa comentário, todas as demais faixas são de autoria deste penedense.
Em Oito Baixos Brasileiros, Gerson Filho demonstra com sua sanfoninha como ele chamava os 8 Baixos, e mostra o porque de ter recebido o titulo de Rei dos 8 Baixos. No presente trabalho o artista dá uma demonstração da sua importância para a História da Música Popular Nordestina. Nele o solista apresenta um repertório com os gêneros musicais que imperava antes do surgimento do forró, com composições com a valsa “Mariazinha” e o poutpourri de tangos, gêneros musicais juntamente com o samba que imperava a época. O solista alagoano demonstra realmente que dominava perfeitamente este instrumento que é considerado muito difícil de ser tocado, principalmente no tom natural.
Quem diria que aquele garoto que aos 10 anos de idade, ao ouvir os 8 baixos de Zé Moreno, quando ia para a escola, e depois ao sumir de Penedo deixando para traz a Fazenda Mundeis iria chegar tão longe. “Solte o Bode e Desafiando o Galo” são duas faixas que merecem destaque, ademais este LP que inaugura a Série Oito Baixos Brasileiros, demonstra claramente que a qualidade do trabalho desenvolvido pelo artista que continuou com a mesma riqueza quando o Gerson iniciou na Todamerica, e posteriormente na RCA.
Não resta a menor dúvida que o presente LP é uma obra prima e que todas as faixas sem distinção merecem ser ouvida, regravada e faz parte do que há de melhor do forró pé de serra e imprescindível para quem gosta da música nordestina.
Gerson Filho – Oito Baixos Brasileiros – 1971
Musicolor – Continental – LP – O3.405-022
- Oito Baixos Brasileiros (Gerson Filho)
- Solte o Bode (Gerson Filho)
- Dá o Serviço, Moço (Gerson Filho)
- Pot-Pourri de Tangos: A Média Luz (Edgardo Donato – Carlos C. Lenze) Cantando (Mercedes Simone) – Figura De Mulher (Gerson Filho)
- Desafiando o Galo (Gerson Filho)
- A Pisada é Esta (Gerson Filho)
- Feriado no Sertão (J. Luna)
- Eu Toco Assim (Gerson Filho)
- Sertão do Meu Brasil (Gerson Filho)
- Mariazinha (Gerson Filho)
- Segura a Dama (Gerson Filho)
- Prende o Chinelo, Menina (Gerson Filho)
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