Foto: Arquivo Pessoal
Publicado no blog do ator: Chico de Assis
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016 às 01:20
Não só casarios e fazendas alagoanas serão vistos na nova trama global. Entre prédios históricos e as belezas naturais do Rio São Francisco, estará também uma carinha bem conhecida por aqui. Trata-se do ator Chico de Assis, que, na novela, dará vida ao personagem de Coronel Salgado, um dos aliados do Capitão Ernesto Rosa, interpretado por Rodrigo Lombardi.
Já velho conhecido do diretor Luiz Fernando Carvalho, com quem trabalhou em Irmãos Coragem, ainda no ano de 1995, Chico participa da primeira fase da história e diz que a convocação para integrar o elenco veio de surpresa, por um telefonema. O diretor, aliás, foi um entusiasta para que o convite fosse aceito – em conversa com a produção da obra, o alagoano foi bastante elogiado.
O ator diz que se sente lisonjeado com o reconhecimento, mas que tudo isso é apenas parte do trabalho. “Tendo como foco o elenco, posso afirmar que em Velho Chico temos um celeiro de talentos”, aponta. “Sendo assim, ter o reconhecimento do meu trabalho pelos colegas de profissão deixa-me lisonjeado e atento. Entendo que os elogios são fruto da permanente dedicação”.
Ele conta que atuar na novela tem sido prazeroso, em especial por “estar em casa”. “Atuar na trama tem sido prazeroso. Uma produção como Velho Chico é um presente para qualquer profissional da televisão”, ressalta. “Trabalhar em casa é um privilégio. Principalmente em se tratando de Alagoas. Já fiz trabalhos pelo mundo, mas quando se trata de trabalhar na nossa terra, tem uma emoção diferente”.
Em entrevista ao Caderno B, Chico de Assis falou um pouco da participação na nova novela das nove e também dos projetos futuros. Confira:
Caderno B. Como vai ser sua participação em Velho Chico?
Chico de Assis. Participo da primeira fase da novela Velho Chico. Meu personagem tem forte presença na trama. Coronel Salgado é um fazendeiro do algodão, uma economia forte na época. Ele transita pela história como aliado circunstancial do Capitão Ernesto Rosa (Rodrigo Lombardi), um líder empreendedor com visão humanista e cooperativista. Coronel Salgado acompanha o jovem idealista, mas vai modificando sua postura no decorrer da história, passando a vislumbrar uma parceria nos negócios com o principal inimigo de Rosa, filho do Coronel Jacinto Saruê (Tarcísio Meira), Afrânio Saruê (Rodrigo Santoro). Descobri meu personagem e incorporei-o, dentro dos moldes e da técnica que desenvolvo no teatro, observando as diferenças na linguagem interpretativa que requer o audiovisual.
Como aconteceu o convite para que integrasse a novela?
Recebi um telefonema do produtor de elenco da novela querendo saber da minha disponibilidade para fazer parte do elenco de Velho Chico. A confirmação para a minha participação veio através do diretor Luiz Fernando Carvalho, com quem eu já havia trabalhado como ator na segunda versão da novela Irmãos Coragem, em 1995, também na Rede Globo. Inclusive, aproveito esse momento para agradecer a constante lembrança com relação a mim, convidando-me para as produções. As cenas em que participei foram gravadas aqui em Alagoas. Portanto, trabalhei em casa.
O que passou pela sua cabeça nesse momento?
Foi motivo de alegria voltar a trabalhar na Globo, numa produção como Velho Chico e ter como diretor Luiz Fernando Carvalho, que reputo um dos maiores artistas que conheço. Luiz Fernando é um poeta da imagem, intelectual orgânico comprometido com seu País e sua cultura. Ele consegue, em suas obras, mostrar a cara do Brasil, sua identidade através da sua gente, sua sociologia, suas tradições e geografia. Possuidor de um talento singular, seus trabalhos são verdadeiras obras de arte e com certeza, essa será mais uma. Por tudo isso, tinha consciência do que me aguardava e da necessidade em corresponder à confiança em mim depositada.
Como tem sido atuar na trama?
Atuar na trama tem sido prazeroso. Uma produção como Velho Chico é um presente para qualquer profissional da televisão. Nós, atores, temos uma relação fraterna no dia a dia. Trabalhamos com o propósito de oferecer nosso melhor rendimento para interpretar nossos personagens. Entendemos que nosso trabalho é coletivo, cujo resultado depende de todos que estão envolvidos. E em Velho Chico o Rio São Francisco é um personagem protagonista, sem o qual a trama não existiria.
Você recebeu muitos elogios por seu trabalho. Qual a sensação de ser conhecido por grandes nomes da dramaturgia nacional?
No meu entender, faço parte de um conjunto que me permite mostrar meu trabalho da melhor forma possível. Tendo como foco o elenco, posso afirmar ter em Velho Chico temos um celeiro de talentos. Gostaria de colocar como maior representante o grande ator Tarcísio Meira, homem que dedica sua vida ao permanente exercício de atuar. Um exemplo para todos nós. Sendo assim, ter o reconhecimento do meu trabalho pelos colegas de profissão deixa-me lisonjeado e atento. Entendo que os elogios são fruto da permanente dedicação que temos no exercício da nossa arte, do nosso ofício. O ator é um eterno pesquisador.