Re-publicado, por www.foralagoano em comemoração ao primeiro ano sem

Mestre Zinho para demonstramos que sua obra é imortal. Pelo que fez em

pró do forró, Mestre Zinho continuará sempre entre nós. Viva  Mestre Zinho

 

Quero compartilhar com vocês alguns momentos interessantes que eu e o Galton Sé passamos ao lado do Mestre Zinho durante a gravação do filme Por Amor ao Forró.

No Festival de Itaúnas de 2008, ele esperava para subir ao palco e as meninas do Trio Dona Flor chegaram ao camarim depois da apresentação delas. Zinho elogiou as meninas e começou a dar dicas preciosas, com a verdadeira sabedoria de um mestre. Filmamos a linda cena: Zinho numa cadeira, parecendo um vovô que conta histórias aos netinhos, e as meninas sentadas no chão com os olhos brilhando ao ouvir toda aquela experiência. Não colocamos isso no vídeo porque não dava para escutar direito…

Outra situação: Em Itaúnas, no dia em que fomos entrevistá-lo, ele estava indisposto, cansado, tinha sofrido um enfarte 30 dias antes, ia fazer um show na mesma noite, mas foi simpático e nos atendeu. Da gostosa conversa tiramos partes que entraram no filme. Agora destaco aqui os trechos mais emocionantes do que ele nos disse:

Pergunta: Por que o senhor acha que é tão idolatrado pela juventude forrozeira?

Zinho: Não, não sei o que eles acham de mais, não tem anda de mais. Portanto, Seu Luiz me falava, me falou antes dele morrer…você é o maior cantor vivo depois de mim dessa cambada todo que tá aí, Lindu morreu e você é o maior cantador vivo depois de mim. Claro que eu nunca ia chegar aos pés de Seu Luiz, então,eu tô naquela, eu tô fazendo o meu trabalho. Não que eles acham que Zinho é isso, Zinho é aquilo. Tem muitos que tão por aí cantando que têm muito valor. Eu acho que eu sou um operário do forró, eu faço a coisa do jeito que o rei mandou, do jeito que eu sei fazer, e eles gostam, só isso.

(…)

“Eu gosto de estar no meio dessa meninada, no meio de vocês. Porque eu gosto do forró pé-de-serra, eu gosto dessa energia que eles passam pra gente. Eles dizem que sou eu que passo pra eles, mas não. É eles que passam pra mim. Eu fico contente, eu vivo isso aqui. Eu tava no Nordeste fazendo Sâo João e dizendo tô doido pra ir pra Itaúnas, pra ir pro Sudeste porque eu tô morrendo de saudades, porque eu não me acostumo com isso mais não. Lá é bom o dinheiro. Aqui é bom a musicalidade, aqui é bom a energia, aqui é bom você estar no meio dessa meninada, sendo paparicado por eles, sendo endeusado por eles. Isso é ótimo e pronto. Eu tô com 63 anos, a cabeça com energia, a cabeça jovem. Eu não sou antiquado. Sou uma pessoa com mentalidade jovem, mas com 63 anos. Conheço muita gente com a minha idade já jogando dominó, jogando baralhinho pra passar o tempo. Eu não, vivo minha vida, eu componho, eu viajo muito, eu vejo muita gente, sou beijado por todos. Como é que eu vou ficar velho?

(…)

“Quando eu subo no palco eu me transformo, eu sei que eu me transformo. Quando eu subo eu não sou a mesma pessoa. Alguma coisa acontece, fico cego num vejo ninguém e vejo todo mundo. Mas pode ter certeza que alguma coisa acontece no palco comigo quando eu subo.

(…)

“Forró é minha vida. O forró é minha mulher, é o meu maior amor. Acho que se parasse de cantar agora e continuasse vivo, eu preferia morrer. Se eu ficasse vivo como eu estou vivo, mas impedido de cantar forró, eu acho que – eu não ia tentar me suicidar não -, mas eu preferia morrer do que ver passar o tempo sem poder cantar”. Então, pra mim o forró é tudo. Eu não tenho o forró como uma distração, eu num tenho forró como um interesse, por interesse, por dinheiro, ah porque o forró me traz felicidade, em termo de financeiro. O forró mulheriu, eu não gosto disso, pra mim isso é segundo plano. Eu tenho o forró no coração, na alma. E canto forró porque eu amo o forró, mastigo, bebo forró. Tanto mastigo como bebo. Pra mim ele é tudo na vida. Tudo na vida. Quando eu subo no palco, pra mim eu num admito um erro sequer. E quando um dos músicos erra e quando eu erro, eu não me perdoo. Porque está faltando alguma coisa, às vezes a gente esquece as letras, mas o forró pra mim é isso, é tudo. É a minha vida, vida minha e por toda vida vai ser desse jeito.”

(E ele abriu um doce e sincero sorriso no final)

Agora comente este post deixando uma história ou uma lembrança que você tenha do Mestre que nos deixou neste domingo, dia 31…

Pra mim, ele será sempre um exemplo de superação e de otimismo. Que ele vá com Deus e faça muito forró lá no céu ao lado dos outros que o precederam.

Postado por Adriana Caitano às 22:12   Enviar por e-mail BlogThis! Compartilhar no Twitter Compartilhar no Facebook Compart

Publicado no site: http://forropedeserradf.blogspot.com/2010/01/mais-sobre-nosso-mestre-zinho.html

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Posts relacionados

Rolar para cima