Mestre Afrísio Acácio, estaria completando, hoje, dia 12 de agosto de 2021, 72 anos de idade, não tivesse sido tragado pelo mar de tormentas, que a pandemia do Covid 19, num repente, para assombro de todos nós, tomou conta do planeta, levando milhares de pessoas, entre elas, nosso querido Mestre Afriso Acácio. O título de Mestre lhe cabia muito bem, porque Mestre não é só aquele que no conceito intelectual frequenta as Academias denominado por mestrando e, na sequencia diplomando-se doutor, nessa ou naquela ciência, recebe o título de Mestre. Também é considerado Mestre aquele que possui e domina o conhecimento de uma cultura, e que, é respeitado pelo trabalho e empenho com que se dedica a sua comunidade, em meio a todas as dificuldades, no sentido de produzir, conservar e transmitir a cultura popular em suas mais diversas vertentes e tradições.
Mestre Afrísio Acácio, já há alguns anos, vinha desenvolvendo um grande trabalho no Município de Arapiraca, município do Estado de Alagoas, e toda região do Agreste alagoano, com seu Projeto “Cultura na Praça”, que apresentava todas as segunda-feira, na Praça Luiz Pereira Lima. Nessa ocasião reunia artistas ligados ao forró e suas matrizes(xote, xaxado, baião, coco e arrasta pé), tocadores de pífanos, repentistas, sanfoneiros, zabumbeiros, trianguista e cantores de forró, pesquisadores, comunicadores e os amantes do forró de toda região, para fazer a grande festa em louvação ao forró de raiz e a cultura popular nordestina.
Da esquerda para direita: Mestre Afrísio Acácio, Xexéu (Zabumbeiro), José Lessa (Presidente da Associação dos Forrozeiros e Editor do site www.forroalagoano.com.br) e Xameguinho (zanfoneiro, cantor e compositor).
Mestre Afríso Acácio, estamos comemorando, hoje seu 72º aniversário, pois seu legado será eternizado por seu trabalho, registrado em vídeos, LPs,CDs e DVDs, a contribuição que você deu para a difusão e resgate e preservação de nossa cultura lhe valeu o título de Mestre, e todos nós, seus discípulos, temos o compromisso de levar adiante essa bandeira, para que tanto essa como as futuras gerações, não se desgarrarem de suas raízes, pois a valorização da memória dos nossos antepassados, suas maneiras de ser, de ver e se relacionar com o mundo, devem ser reconhecidas, respeitadas e valorizadas e no sentido de que suas experiências possam servir de referências para uma sociedade mais justa e humanizada, na qual aqueles que contribuíram para abrir as trilhas dos caminhos, não sejam esquecidos e desvalorizados, quando as estradas estiverem construidas.
Viva Mestre Afrísio Acácio!
Viva a Cultura Popular alagoana e nordestina!
Viva o Forró! Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil!