Clemilda Ferreira da Silva, popularmente conhecida como Clemilda a Rainha do Forró, é alagoana tendo nascido no município de São José da Lage em Alagoas. É a única forrozeira viva da geração de ouro do forró que ainda continua cantando e nos encantando, sem sobra de dúvida, podemos dizer que é a maior expressão viva entre os alagoano, mas também nacionalmente para nosso orgulho. Neste dia 01 de setembro de 2011, nossa Rainha está completando 75 anos de idade e 47 anos de dedicação ao forró, desta feita o site www.forroalagoano.com , não poderia deixar de registrar está data tão importante para o genuíno forró pé de serra, pois Clemilda ao lado de Gerson Filho outro genial alagoano e seu companheiro durante 28 anos, Luiz Gonzaga, Marinês, Mestre Zinho, Luiz Wanderley, Jackson do Pandeiro, Benedito Nunes, Joci Batista, teve e continua a ter um papel de suma importância na construção desse movimento musical.
Clemilda, José Lessa e Telma – esposa de Robertinho
São 47 anos de contribuição a cultura nordestina e brasileira. Clemilda, nunca pensou em ser cantora, viveu sua infância e juventude em Palmeira dos Índios, terra de fortes tradições culturais que marcou e ainda marca profundamente sua vida e seu amor a terra dos xucurus. Em busca de progredir na vida, deixa Alagoas rumo ao Rio de Janeiro, trabalha como garçonete e morando na periferia, ao largar da jornada de trabalho, para aguarda até o momento que pegaria a condução para o retorno a residência, como trabalha próximo a Rádio Marink Veiga ia assistir o Programa Crepúsculo Sertanejo, até que certo dia, por tanto ir ao programa Raimundo Nobre ou apresentador lhe convida para cantar, e para nosso felicidade Clemilda aceita e nunca mais parou de cantar, o que esperamos que por muitos anos continue a nos brindar com sua voz, simpatia, carisma e principalmente sua meiguice.
Clemilda, conheceu Gerson Filho no restaurante que trabalhava e o Rei dos Oitos Baixos, sanfoneiro já afamado, tornava cada vez mais frequente suas visitas ao restaurante, até que certo dia o convidou para participar de suas apresentações nos circos e bailes no Rio de Janeiro e naturalmente seu relacionamento foi se estreitando, finalmente terminaram vivendo por 28 anos, partilhando a alegria e o amor com todos nós, com certeza, não podemos falar em forró ou melhor como dizia Gerson Filho “Música Popular Nordestina” sem citamos os nomes destes alagoanos, que atualmente nossos governantes precisam resgatar e prestar não só homenagens, mais principalmente prestigiar Clemilda e o continuador da obra desta duas figuras que tanto fizeram por pelo nome de Alagoas e também prestigiar Robertinho dos 8 baixos seu filho e principal herdeiro musical.
Clemilda e Robertinho dos 8 Baixos seu Filho
Ao conhecer Gerson Filho, passa a participar de seus shows e apresentações no Rio de Janeiro, Clemilda ressalta que Paulo Gracindo apresentava na Rádio Nacional o Programa que era líder de audiência a época, passou a exigir sua presença ao lado do Gerson e de Almira ao lado de Jackson. Vale ressaltar que Paulo Gracindo se estivesse vivo estaria completando 100 anos, Paulo este ilustre alagoano, teve um papel extremamente importante para consolidação da aproximação do casal.
Rosiane Pedrosa e Clemilda
Em 1965, Gerson Filho grava o LP “É Pra Valer” e sua amada participa cantando em 3 Faixas, no ano seguinte novamente participação do LP “Gerson Filho no Forró” e finalmente em 1967 é lançada na carreira solo com o disso “Gerson Filho Apresenta Clemilda” e para nossa alegria continua cantando as coisas do nosso povo, do sertanejo e dos nordestinos em especial. Segundo Clemilda são cerca de 40 discos gravados em duas grandes gravadoras: a RCA Victor onde iniciou e a Continental.
Em 1969, voltam ao nordeste e fixa-se em Aracaju que os acolhem como filhos e dão iniciou ao Programa Forró no Asfalto que anda hoje é levado ao ar pela Radio e TV Aperipê de segunda a sexta e aos domingos na TV. A importância do Programa Forró no Asfalto é uma obra que merece todo respeito dos forrozeiros brasileiros, pois este programa na fase mais negra na história do forró e também da nossa vida política, com a censura foi uma agente propagador das tradições nordestinas tendo neste casal e posteriormente nossa Rainha tem mantido acesa a chama iniciada em 1969 em defesa das nossas raízes culturais.
Clemilda (Eliezer) ao lado da Rainha
Clemilda e Gerson foram pioneiros em levantar a bandeira da cultura alagoana, cantando o reizado, o Coco, o pastoril, a chegança que foram peças importante para construção dos ritmos nordestinos como o baião e ao forró. Cantaram as coisas da nossa terra e imortalizaram compositores como Juvenal Lopes, Isnaldo Santos, Durval Vieira, Jacinto Silva, Tororó do Rojão, Marcondes Costa só para citar alguns. É por ter cantando o nosso sertão, como em Forró em Mata Grande, Coco no Tabuleiro, Reizado Alagoano, a Feira do Passarinho só para citarmos algumas composições que ressaltam nossas belezas e os costumes do nosso povo.
No lançamento dos festejos juninos de Aracaju tive o prazer, após alguns anos, de reencontra-la no Palco cantando, parecia uma menina saltitante nos brindando com sua experiência e maturidade, quem diria que Clemilda que já estava a quase dois anos sem cantar, por problemas de saúde, foi emocionante esta ao seu lado e de seus companheiros de trabalho, e um publico que carinhosamente o tratava como a verdadeira rainha, uma filha, vocês sergipanos nos dão uma verdadeira lição de amor e respeito ao talento e ao compromisso dessa família que tem dedicado a vida a nos dá alegria.
Finalizando, em nome dos nossos colaboradores como Eraldo Cavalcante, Marcondes Costa, Rosivaldo Cajé, Chico Santos, Walmir Melo, Kinkas, Genivaldo, Clemilda (Eliezer), Everaldo Santana, Rosiane Pedrosa quero dizer a você Clemilda que aqui em Alagoas nós e milhares de alagoanos lhes desejamos muitos anos de vida e agradecemos sua contribuição a cultura brasileira. Um fato, é que nossos gestores precisam prestar uma grande homenagem a Clemilda em vida, para que não façamos o mesmo aqueles que se esqueceram em homenagear vivos figuras que fizeram a história do forró pé de serra como: Augusto Calheiros, Gerson Filho, José Candido, Luiz Wanderley, Jacinto Silva e mestre Zinho em vida, pois seus corpos continuam sepultados em outros Estados e muitos ainda continuam sem participar dos nossos eventos como Clemilda, Robertinho, Joci Batista, Edson Duarte, Benício Guimarães, Geraldo Cardoso entre outros valorosos artistas alagoanos
Parabéns pela passagem de 75 anos de amor que nos tem dedicado. .
Viva Clemilda.
Viva o Forró pé de Serra.
1 comentário em “Parabéns Clemilda, 75 anos de uma Estrela”
Ao saber das homenagens que o estado de Sergipe rendeu a cantora Clemilda ao retornar aos palcos depois de recuperar-se de uma osteoporose, fiquei muito satisfeito e ao mesmo tempo triste em saber que artistas alagoanos, entre eles Clemilda, encontram em outras plagas o que a sua terra renegou.
Espero que o abandono por parte dos órgãos governamentais de promoção a cultura de Alagoas ainda rendam as homenagens devidas a essa grande figura da música nordestina, Clemilda e seu esposo Gerson Filho, este penedense, que encontraram guarida no vizinho estado de Sergipe que sabe muito bem valorizar seus artistas e a cultura popular. Basta acompanhar a envergadura do FORROCAJU que não deixa nada a dever a Caruaru e Campina Grande, considerados pela a imprensa como os grandes promotores das festas juninas.
Deus proteja por muitos anos a Clemilda, mas particularmente eu não tenho a menor dúvida que Alagoas vai dispensar o mesmo tratamento que deu a Jacinto Silva que foi acolhido por Pernambuco chegando a ser confundida a sua naturalidade por alguns senão fosse a abnegada vontade de Jacinto em cantar a sua Palmeira dos Indios, passaria este completamente como pernambucano. Outro ás do nosso forró, pra não dizer o maior representante alagoano de uma época de ouro que por oito anos emprestou sua voz aos Três do Nordeste, Mestre Zinho, que depois em uma carreira solo com estilo próprio e inconfundível amargou o ostracismo dos órgãos culturais de Alagoas e precisou muitas vezes se refugiar também no estado de Sergipe, Rio de janeiro e as vezes no Espirito Santo para escapar esquanto chegava outro período de festas juninas.
Se voce quer mensurar o valor que Sergipe dispensa aos artistas populares basta visitar a FUNCAJU e verificar in loco a quantidade de cursos de musica que promove de forma gratuita para os sergipanos.
Os dois palcos do FORROCAJU, um denomina-se “Luiz Gonzaga” e o outro “Gerson Filho”. Na semana que antecede a abertura desta festa em Aracaju ocorre diversos eventos. No São João de 2010, ocorreu o forum de palestras e debates sobre a vida ea obra de Mestre Zinho. Imagino se esses artistas fossem sergipanos.
Parabéns e obrigado aos sergipanos pelo apoio e reconhecimento que dão a esses artistas alagoanos.
ERALDO CAVALCANTE