Clemilda Ferreira, ou simplesmente Clemilda, a Rainha do Forró, teria completando 85 anos,  no dia 01 de setembro, mas, infelizmente nos deixou, como diria Rolando Boldrin, fora da hora combinada, no dia 26 de novembro de 2014, aos 77 anos.

Clemilda, mulher de fibra, saiu de Alagoas, forçada pelas circunstâncias, pobre, como dois filhos, crianças, ainda, indo para a cidade do Rio de Janeiro, que, assim como São Paulo,  era,  na época, roteiro do caminho  feito por milhares de nordestino, em busca de melhores condições  de vida. Assim, saiu Clemilda no porão de um navio, com seus filhos, para o Rio de Janeiro, em busca de emprego, sem nunca ter alegado ser artista.

No Rio de Janeiro, Clemilda, trabalhando com garçonete, em um restaurante próximo a Rádio Mayrink Veiga, hoje extinta, todas as noites, após o expediente,  corria para o auditório da rádio Mayrink Veiga, que tinha um programa diário, no qual participavam  artistas importantes, como Marines, Jackson do Pandeiro, entre outros, e Clemilda de tanto ser vista no auditório e sempre cantando e conhecendo todas as músicas, foi chamada para um teste. “Você quer fazer um teste e cantar?”, “Só se for agora” , ela respondeu  do auditório. O teste deu certo e Clemilda passou a cantar, acompanhado por Gerson Filho, que já participava do staf da  Rádio Mayrink Veiga, daí  surgiu uma boa amizade e  evoluiu para amor e desse amor resultaram 27 anos de casamento, união que só foi extinta pela morte de Gerson Filho,

Clemilda foi uma mulher de fibra, que enfrentou preconceitos em uma época na qual uma mulher era vítima de muitos estigmas, no entanto, enfrentando todas as barreira, Clemilda dedicou-se a cantar forró, gênero musical  bastante popular, que por si só já sofria preconceitos, viajando em Caravanas, com Gerson, Jackson do Pandeiro, entre outros, não deve ter sido fácil, se ainda hoje a mulher sofre preconceitos, imagine na década de 1950 e 1960.

Com sucessos  diversos sucesso em sua trajetória, Clemilda tem belíssimas canções, apesar de ser condenadas, por alguns por haver gravado música de duplo sentido, estilo que foi sucesso em muitas vozes masculinas, a exemplo de Genival Lacerda, mas Clemilda, por ser mulher, sofreu o preconceito dos falsos moralista, que se esquecem  de respeitar seu legado e sua contribuição para a história do forró.

Graças a admiradores abnegados, como Antonio Carlos e Carlos Leal, na Bahia, Antonio Neto Aboiador em Poço Redondo, José Batista em Recife, José Lessa, em Alagoas,  que em 2010  lançou o site forroalagoano, que até hoje tem como uma de suas missões o resgate e difusão do trabalho de Clemilda e Gerson Filho, que por sinal, são patronos do site,  o qual tenho orgulho de ser colaboradora, entre tantos outros  admiradores de Clemilda, espalhados Brasil a fora, a história e o legado dessa grande guerreira vem sendo resgatado, pois o Brasil precisa fazer justiça a Clemilda Ferra, por sua grande contribuição a Música Popular Nordestina.

Saudações a Clemilda, seus filhos e demais familiares !

Salve a eterna Rainha do Forró !

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