O último trabalho de Zinho, Gelo na Farinha, fechando o ciclo de vinte e cinco anos de carreira, cujo título é o nome da primeira faixa que tem a autoria dividida com Nininha e que insiste em repeti-la em três trabalhos até esse último que tratando-se de repertório, qualidade de produção que teve o esmero da Candeeiro de São Paulo e de participações do quilate de Dominguinhos, foi sem dúvida o grande trabalho da última fase de sua carreira. Desfilam nessa obra músicas como Cuidado Iracema, Fique Linda e Bote Cheiro, Forró de Candeeiro e Pé-de-Serra com Melê todas do grande João Silva que sempre confiou letras ao Zinho em todos os seus trabalhos. Tem ainda a participação de Pinto do Acordeom na faixa Relâmpago e Trovão, também do primeiro time da composição nordestina.

Mas para provar a grande versatilidade de Zinho temos Doce de Pudim e Moça, duas lindas faixas que não só reafirmam toda sua categoria em cantar forró como também a grande qualidade de compositor às vezes sozinho ou em parcerias com Nininha, Eudes ou Agamenon a exemplo da faixa título que acredito pela freqüência na sua obra talvez ele considerasse sua grande canção.

Completou no último dia 31 de janeiro o primeiro ano da morte do Mestre Zinho e reafirmo: perdemos o último remanescente de uma época de ouro do forró e o único que manteve-se fiel ao estilo que o consagrou nos Três do Nordeste em seu período mais fértil, e que soube como ninguém manter-se fiel na sua carreira solo a esse estilo de época do nosso forró.

Salve o mestre Zinho!
Eraldo Cavalcante

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